domingo, 11 de setembro de 2011

Des.. equilibrio, preparo, envolvimento, continuo, conexo, estimulante

    Olha, mas naquele jardim tinha vista até para a chaminé... é... a fumaça que saia dali tinha vermelho em seu cinza...tinha cheiro forte... cheiro de sabão.. Ah! devia ser  corpos dos soviéticos queimando...nada de mais, além do mais , em que um mané com papo de igualdade social serviria no mundo, senão deixando nossas mãos mais limpas?
    Mas no jardim também tinha meninos, meninas e pijamas listrados ,bem para lá... tinha bastardos... sem gloria, mas ainda não eram inglórios... tinha a tal bandeirinha do homem vitruviano em uma perspectiva cubista... mas sem aquele monte de perna ou braço... sem as perspectivas.. era tudo ariano... para que levar em conta a impressão de mais de um grupo? Se fizéssemos isso,estaríamos caindo no papo do pessoalzinho do começo... 
   Agora me diga, se a pessoa que trabalha sem chorar, apanha sem chorar ... morre trabalhando e apanhando mas ainda assim, sem chorar, não é mesmo insignificante?... tais como os escravos, ou como as mulheres que apanham de seus maridos... Nós não choramos viu, acho que devido ao tempo seco, e  nós não apanhamos de ninguém nós somos foda... agora eles... não passam de a gente... por isso, coisa da seleção natural, precisam de rédeas... e isso não é síndrome do pequeno poder, pequeno, rum... meu caro amigo, leve a sério os traços de Mercator... somos grande, poderosos e desenvolvidos... gosto tanto do som dessa palavra. Desenvolvidos!! parando pra pensar  nunca parei pra pensar no que está na cara da palavra.  Seria ela aquilo que já esteve envolvido e agora é des... Ah não, isso é ser ex... teria relação com o número dez? de envolvimento nota dez? Acho que não tem relação nenhuma com envolvimento!   Onde estava mesmo? ah sim! Viva a Alemanha, viva o nacionalismo, viva o futebol, e viva a corrupção brasileira! 
    E o papinho chato do jardim? O jardim tinha flores com cheiro de fumaça, grama com cheiro de fumaça e gente com cheiro de desgraça! Mas tem algo novo, a grama do nosso jardim fazia fotossintese, diferente das do vizinho...
    Relato chato esse heim, santo deus, quem chegou até aqui merece uma recompensa... vou contar uma piada.O que é um pontinho verde em cima de um trem...  Não, que piada o quê? tenho que falar do jardim, da corrupção brasileira, do futebol, mal das condições do Brasil pra receber Copa, Olimpíadas; rezar um pai nosso! Meu deus, esqueci de ir a missa às 6:30, Dona Nair deve estar falando mal de mim.
   Pois bem,   sou rico, sou branco, sou capitalista, sou católico, apostólico e romano, só não sou eu mesmo! Pra falar a verdade nunca fui...minto, fui sim, mas sempre que me encontrava era por de baixo da uma máscara...
   Em um jardim cinza, que não era meu, repudiei a grama do vizinho, mesmo sentindo o cheiro da fumaça do outro, fiz-me indiferente, e além de tudo menosprezei os feitos. Escudei me em argumentos prontos, doutrinas tiranas, clichês.. fui na argumentação desequilibrado, despreparado, descontinuo, desenvolvido... ops.. sabia que essa palavra não se encaixava no padrão... Eureca! Nem tudo que parece designar o contrário o que se desvia da conduta o é... regras generalizantes são falhas, o jardim era verde, o ar era limpo, a fumaça era da churrasqueira, o sabão de côco, o escravo injustiçado, e eu sensato.. Ah se as pessoas tivessem colocado o desenvolvimento na hora certa, teriamos um mundo mais igual, exato, igual às pessoas do começo! 

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Vincent

             

 Vincent, o menino das poucas palavras, dos poucos gestos, embora de  poucos pouco. Não se parecia muito aos meninos da vila, brincava com carrinhos e outra parafernálias, mas o que gostava mesmo era de abrir... livros, cartas e corpos....mas calma, eram corpos de insetos..insignificantes... a vizinha pobre e seu tio quase morto. Entenda como quiser, Vincent não era pra ser entendido!   Vivia junto a sua tia, que o criava devido à morte de sua mãe tísica. Ele não chorou muito quando soube da ida de sua mãe a um lugar calmo e tranquilo de onde  poderia vê-lo sempre, pelo contrário repudiou a história falha e mal contada, transferindo toda saudade que sentia de sua mãe a um ódio quase mortal a tia das verrugas. Entrou tarde na escola, com quase dez anos, mas já sabia contar de zero a cem...acho que até mil... ou milhão... não sei bem, só sei que ele matou um formigueiro inteiro, gostava de contar formigas... e não tinha culpa de elas andarem  tão rapidamente com suas perninhas curtas de um lado pro outro atrapalhando a conta até que eles a matassem. Matou umas mil... Na escola era amigo de Ernest, um garoto parecido com ele só que tinha mãe, pai, amigos e mãe e pai.. tinha felicidade, do resto era parecido com Vincent... Ah! os dois tinham cabelo curto e sem piolhos! Já era motivo bastante para não arremessar bolas de papel no amigo na hora do descanso. Ernest era um menino bastante falador, bastante pensador, de muitos gestos, e muitos pouco... era pouco...era igualzinho os meninos da vila, embora se parecesse a Vincent, que por sua vez não se parecia a ninguém..Tinha mãe saudável, tia rica e da capital, tio fazendeiro....queria estudar Biologia e defender os animais... só pensava em advogar quando lembrava que na faculdade de biologia teria que abrir os bichos... Matemática nunca pensou pois apesar dos quatro anos de escola não sabia ao menos contar até dez.. tinha só nove anos... Não era de perceber muito coisas a sua frente... era pequeno demais pra sua idade! Acho que precisava de médico ou Biotônico...